sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Ovo Apunhalado

Caio Fernando de Abreu (1948 - 1996)




Queria que o dia de hoje fosse um pouco mais inspirador, pois não anseio escrever tristemente, ainda que a lacuna que você deixou no mundo seja vasta.

Não sei pras outras pessoas, mas na minha concepção, você foi e ainda é uma das maiores inspirações. E de algum modo, uma das maiores certezas. E cada vez eu vejo nas prateleiras de livrarias e sebos Limite Branco, Morangos Mofados ou Pequenas Epifanias, me dá uma saudade. Uma saudade do que eu nunca pude conhecer.

Estranho como alguém que deixou de habitar esse lugar quando eu tinha 2 anos de idade, e que eu só fui conhecer através de palavras, capas e contra-capas 11 anos mais tarde, mudou por completo minha vida. E meus pensamentos. Mudou aqui dentro, tudo, na alma, no coração.

Caio, onde quer que você esteja hoje, que você saiba - eu tenho certeza que você sabe - de todo o coração, de toda a vida, que você foi, mas continua aqui com muita gente, todos os dias. E que faz bem, e que sempre faz melhor. E fala por nós.







"Quem diria que viver ia dar nisso?"

sábado, 19 de fevereiro de 2011




Tenho sorrido mais. Sorrido sem motivos, mesmo, só por sorrir. E tenho apreciado mais o sorriso de gente que eu não conheço, e provavelmente nunca venha a conhecer.

Sempre reparei no sorriso das pessoas. Conheço gente com o sorriso tão bonito, que eu com certeza poderia ficar horas olhando sem me cansar. E ficaria sorrindo de volta, só pelo simples prazer de mostrar os dentes dizendo que acho tudo muito bonito. E o sorriso não é bonito só quando tem os dentes todos certinhos. Ou quando os lábios são proporcionais, não. É bonito sempre que tem aquela essência de ser verdadeiro. Quando dá pra gente ver que a pessoa sorri por dentro, também.

Em pleno horário de pico na Estação da Sé, Luz ou na Avenida Paulista, depois de um dia exaustivo de estudos ou trabalho, algumas das pessoas, mesmo cansadas, querendo chegar em casa, tomar aquele banho, ficar um pouco com a família, o bicinho de estimação, ver uma tv, ouvir uma música e ir dormir, sorriem. Pro nada. Pra gente que elas nem conhecem. Só voltam pra casa sorrindo. Acho isso tão bonito de se ver. Chega a ser gratificante, de um certo modo, ver que não é todo mundo que tá puto e mandando tudo pro inferno porque teve um dia cansativo e ruim na vida.

Então, sabe, sorria. "Sorria, o mundo te ama.". Sorria sem motivo, mesmo. Pra quem você não conhece. Ate pra quem for grosso com você. Pro nada, pra ninguém, pro espelho. Pra você.



Just Smile. (: