sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eu só acho que é tudo muito esquisito. A gente se vê sempre, se olha de longe. Às vezes você dá um sorrisinho meio de leve assim, como se não soubesse se deve ou não sorrir. Aí eu respondo olhando meio pra baixo, subindo o olhar de novo e mexendo um pouco no cabelo. E é isso. Cada um vai pra um lado e fica o resto do dia assim. De vez em quando o resto da semana.
E aí tem dias em que a gente, não sei por que, resolve conversar. Que um vem e cutuca o outro, e a gente resolve ir andando juntos e falando várias porcarias, achando graça em tudo, como se fosse outro tempo. E conversa como se estivesse tudo a mesma coisa, como se não houvesse nada de diferente. Mas no fundo a gente sabe que tem, só não quer admitir.
Não sei o que acontece, ou como; se é porque o mundo da voltas ou porque ficou alguma coisa pendente há tempos atrás. Ou se é só por ser mesmo, e ponto. No fim das contas, a gente nunca resolveu nada, e as frases foram sempre as mesmas. Ao mesmo tempo em que ‘ta tudo certo,’ ta tudo errado. E eu, que já não conseguia figurar muita coisa, não entendo mais nada.

Menino, você me tira do sério.