terça-feira, 14 de junho de 2011

Eu Sou o Mensageiro

Andei a Domingos de Morais inteira pra poder repensar o que aconteceu. E porque aconteceu. Fui até aquele bar que você gostava tanto por causa das garrafas de cervejas importadas empilhadas nas prateleiras, bem ao lado da "tequila-santa-do-fim-de-semana". Queria ter todas aqui em casa, você ia ficar mais perto. Tinha aquela padaria, também. Aquela com o restaurante em cima, sabe? Era legal almoçar todas as sextas depois da aula da Soraia lá. Até quando você estourava o saquinho onde ficavam os talheres. Eu ficava puta da vida, e você ria. Ria até não poder mais. Sinto saudade do teu riso.
Vez em quando escuto também aquelas músicas horrorosas que você me fazia ouvir enquanto voltávamos pra casa. Confesso que ficava cantarolando all day long aquela poluição sonora. Ai, que ódio de você! E ainda achava graça, vê se pode, um menino desse tamanho todo.
De repente é tanta coisa que me vem a cabeça que eu honestamente não sei no que pensar. E aí me lembro daquele dia. O último - digo isso até o dia de hoje - que a gente pode sorrir. E ficar ali só se olhando, e sabendo tudo aquilo um do outro. Queria que todo mundo pudesse saber tanto quanto você.
É uma merda ficar pensando e repensando tudo o que poderia ter sido. Sentir falta do que não foi. Sentir vontade de me culpar pelo que está sendo. Não canso de dizer que você é a pessoa mais alegre que eu conheço. Conheço, sim, e não 'conheci'. Porque eu sei que você ainda tá ai. E eu tenho fé - mais do que tudo, fé, sim - de que você vai voltar pra gente. Levantar dessa cama, sair por essa porta e dizer pra vida que, foda-se, você venceu de novo! E vai vencer quantas mais vezes precisar. Porque eu sei que nada nem ninguém pode passar por cima de você. Você é "o invencível". E daí, nesse dia, eu juro, eu não vou te abraçar. Eu vou te dar a mão, igual hoje, e dizer pra você apertar. E só você vai saber porque. Força, guri, força. Vai passar.

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