segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pra não dizer que não falei das flores

Hoje ‘tava querendo mais uma dose daquele Old Eight e o resto dos meus cigarros amarrotados no meio do cachecol bordô – você sempre disse que era rosa, mas eu perguntei, sempre foi bordô – no fundo da mochila feita com pressa pro final de semana em algum lugar.
Precisava daquela lareira que eu nunca consegui acender. Tudo o que eu conseguia era derrubar os bibelôs alemães que as pessoas insistiam em deixar na mureta daquela porcaria. Em toda a casa era a mesma coisa, acabei desistindo de procurar.
Hoje era só questão de ver o pôr-do-sol, se tivesse sol, e deitar naquele monte de folhas acumuladas por semanas a fio. Aquelas que ficavam lá, acompanhando todas as horas antes de voltar pra essa rotina desgastante. Um caderno, uma caneta, e todas as coisas que eu nunca quis dizer. Aquele monte de palavras catalogadas, com mil e um sentidos, que vez em quando não fazem nenhum.

Hoje eu ‘tava mesmo querendo aquele uísque e os Malboros.