day 21
para Nádia Nassar Guimarães
Não tem como esquecer da época em que a gente se conheceu. Quando a gente se viu pela primeira vez naquela escola enorme, quando a gente viu que era da mesma sala, e nossa cara de espanto e desprezo uma pra outra. Haha, bons tempos, vai. Eu olhava pra você, e te achava a pessoa mais enjoada, fresca e superficial desse mundo. E provavelmente você olhava pra mim e pensava que eu era a pessoa mais mal-educada, respondona e estranha do universo, né. Não que a gente estivesse completamente errada, né? haha. Mas aí, veja só como as aparências enganam, você me ouviu falando do show do MxPx, e ai pronto, tudo mudou entre a gente. Quando a gente começou a descobrir todas aquelas coisas em comum. Até o nosso bairro era o mesmo, como assim! Daí a gente começou a conversar mais, e ver mais e mais coisas, e mudar completamente nossas opiniões. Foi aí que a frase 'não julgue um livro pela capa' começou a fazer muito mais sentido na minha vida, passou a ser entendida como bem mais do que uma frasezinha clichê de moralzinha barata.
Sabe, era nosso destino, ter essa amizade. Morar no mesmo bairro, seu irmão ter namorado com uma amiga minha, a gente ter quase estudado duas vezes no mesmo colégio. Vida torta, destino babaca que fez a gente demorar pra se conhecer. Mas pelo menos aconteceu, né? E pode ter certeza que eu agradeço todos os dias por ter você comigo, Nazinha. Você me entende, você me faz rir, você canta funk comigo na aula, você vai comigo ate o Tucuruvi comendo besteira depois da aula (ah, faz muito tempo que a gente não faz isso!), passa cola da prova pela borracha, se revolta junto comigo com o TCC idiota. Ah, sei lá, haha. Desculpa por qualquer coisa ruim que eu pensei sobre você antes de te conhecer. Todo aquele pré-conceito sumiu naquele ano de 2007, acredite. E hoje eu te amo muito mais do que eu jamais poderia imaginar. Meu saquinho de pão!