sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Do Lado de Cá

Se a vida às vezes dá uns dias de segundos cinzas e o tempo tic taca devagar, põe o teu melhor vestido, brilha teu sorriso, vem pra cá, vem pra cá . Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa e tudo não parece funcionar, deixe esse problema a toa, pra ficar na boa vem pra cá . Do lado de cá, a vista é bonita, a maré é boa de provar. Do lado de cá, eu vivo tranquila e o meu corpo dança sem parar. Do lado de cá tem música, amigos e alguém para amar. Do lado de cá a vida é agora, vê se não demora. Pra recomeçar é só ter vontade de felicidade pra pular.

Chimarruts

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

"Não queremos uma vida organizada, um amor previsível e muito menos um romance sem novidades. Queremos uma aventura, queremos correr perigo, e no fim, eu quero acordar contigo, em uma cama bem bagunçada, no meio do nada, onde eu sei que nada pode me tirar você."

domingo, 24 de outubro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

But Then Again

Who says I can’t get stoned, turn off the lights and the telephone? Me and my house alone, who says I can’t get stoned? Who says I can’t be free from all of the things that I used to be? Re-write my history, who says I can’t be free?

Who Says -John Mayer

Tripé

Certas palavras me assustam. Certos rótulos, e tudo mais. Coisa boba, à toa, but they scare me as hell. E sabe o pior? Eu nem sei por quê. Juro por Deus que eu não faço a menor idéia de qual é o motivo pra tanto peso quando se tratam de algumas palavras tão simples. Não me leve a mal, ok, não é que eu não goste, eu gosto. De verdade. Mas é que de vez em quando as palavras que a gente traz pra si mesmo vêm junto com uma responsabilidade enorme, gigantesca. Monstruosa. Acho que é aí que eu começo a me assustar. Tenho medo de talvez não conseguir arcar com tanto; tenho receio de que o tripé da minha mesinha de centro não aguente o peso de tantos livros juntos num lado só. Sei lá, besteira minha pensar assim, quem sabe. Mas é assim, e pronto. Não há remédio que me faça mudar além de mim mesma;
Mas quer saber de uma coisa? Que se dane. Já foi o tempo que eu deixava todos os meus medos tomarem conta dos meus pensamentos e serem donos dos meus atos. Medo, sim senhor, eu tenho, mas não ‘tô dando muita importância pra ele não, viu. Porque eu tenho certeza de que se por um acaso a tampa de vidro da minha mesinha virar e eu não conseguir evitar dela cair no chão com todos os meus contos favoritos junto, você vai estar lá, pra me ajudar a separar todos os cacos das minhas capas, e colocar tudo de volta, em outro lugar que não vá mais desabar.

How About You?

— E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)
— Ah. Porque eu sou tímida.
(Rita Apoena)

Encontro

No meio das defesas todas, havia algo que não se defendia, não sabia como se defender, não conseguiria, ainda que tentasse. Havia algo delicioso de se sentir que escorregava de dentro da gente e se esparramava no sorriso. Escapulia no olhar. Cantava no silêncio. Dispensava nomes e entendimentos. Havia algo que tinha um cheiro inconfundível de alegria. De vida abraçada. De chuva quando beija a aridez. De lua quando é cheia e o céu diz estrelas. Um cheiro da paz risonha do encontro que é bom.

Havia algo maravilhoso para ser dado e recebido, daqueles presentes que a vida embrulha com os seus papéis mais bonitos e entrega toda contente. Havia algo para ser trocado, e troca é quando duas vidas se sentem olhadas ao mesmo tempo. Havia algo que fazia um coração falar com o outro, ouvir o que era dito, gostar do que era dito, rir com o que era dito, sentir-se espelhado, sentir-se enternecido, querer brincar, muito além do que qualquer palavra, por qualquer motivo. Uma vontade de parar todos os relógios do mundo para eternizar a dádiva da presença compartilhada, e a impressão de que às vezes até conseguíamos.

Havia algo que escapava, ileso, dos artifícios todos, todos tolos, que a razão arranjava para não deixar o amor fluir com a beleza dele, o chamado dele, a natureza dele. Pode ser que a gente sinta tanto receio e se proteja tanto que nem consiga vivê-lo em sua plenitude. Mas que ele escoa, escoa. Esparrama no sorriso. Escapole no olhar. Canta no silêncio. Diz.

Havia algo que não podia ser negado, preterido, amordaçado. Algo que inaugura primavera, tanto faz se é inverno. Algo raro e precioso. Que é perfeito, ao mesmo tempo que consegue incluir todas as imperfeições. Que é lindo, ao mesmo tempo que consegue integrar as esquisitices todas que gente também tem. Havia amor e, de um jeito ou de outro, sabíamos sem nos dizer, havia chegado pra ficar.

O amor quando é amor, é amor.
(Ana Jácomo)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quem Sabe o Verão Possa Voltar

- para Fernanda Cristina Raluy e Silva, com um pedido de desculpas e a certeza do que é eterno.

Depoimentos não possuem caracteres o suficiente pra eu escrever até me satisfazer. Então, é, você merece um texto, sim. Por tudo o que você passou comigo, pelo tanto que você foi, é e sempre vai ser parte da minha vida, por tudo o que você me proporcionou, você merece mais do que um texto. Que conste, se pá você merece até um Troféu.
Vinte e oito de fevereiro de dois mil e nove. Aquele dia na Tribe, quase que eu não fui. Eu agradeço todos os dias por ter ido. De verdade. Aquele dia que a gente se conheceu foi, sem dúvida, um dos melhores dias da minha vida. Mesmo. A gente sentada na porta da Tribe cantando ForFun muito alto, muito desafinadas, muito empolgadas, não dando a mínima pros nossos amigos mal criados que ficavam olhando a gente e fingindo que não nos conheciam. A gente até foi abordada por um grupo de pessoas estranhas que queriam saber se a gente tinha banda. Ah, se nós fossemos famosas!
A partir daquele dia, minha vida nunca mais foi a mesma, porque você começou a fazer parte dela. Cemitério de elefantes, bêbadas na rua chorando porque nosso namorado largou a gente só porque ele não nos amava a polícia sempre acredita nessas coisas, né?, sábados de ressaca no Feelings, o Pedro apagando a luz pra tocar o baixo dele no escuro porque ele tinha mais inspiração, comprando peito de peru e requeijão pra comer ás seis e meia da manhã depois do role (aliás, não era de manhã não, porque o céu tava branco, ok?), comendo o Dii Rox de almoço, fazendo brigadeiro, amolecendo rímel com água com gás, desligando o celular porque a gente não queria sair de casa no domingo com ressaca. É, Fê, são muitas e muitas histórias, dignas de ficarem pra sempre nas nossas memórias.
Só ‘tô escrevendo tudo isso pra constar o quanto foi divertido tudo que a gente passou. Tudo bem que nem tudo foram flores. Nesses quase dois anos juntas, a gente sofreu absurdamente com pessoas mentindo pra gente; com amores desiludidos, amigos não tão amigos assim, decepções absurdas, e tudo mais. Mas isso nunca foi empecilho pra gente se divertir e ser mais feliz do que nunca. E eu sei que, se não fosse você, eu não teria superado nem metade de tudo isso. Das minhas dores, dos meus erros, dos meus desastres, das rasteiras que a vida fez questão de me dar. Então eu só quero te agradecer muito, e pra sempre, por você ter ficado ao meu lado, mesmo quando eu não mereci.
Bom, Fê, acho que eu cheguei ao final dos meus caracteres. Só quero que você nunca esqueça o quanto você e a sua amizade significam pra mim. Já não importa mais pra mim o porque de a gente se afastar, voltar e se afastar de novo. Dessa vez, eu juro que quero voltar e ficar pra sempre. Porque sem você não é a mesma coisa, sem você não dá. Não consigo ficar vivendo só com metade da minha vida. Preciso de você também. “Eu preciso, você também. Todo mundo precisa de alguém.” É isso ai. Parabéns por mais esse ano de vida, de novo, e que tudo dê certo no final. Porque sempre dá. E se não deu, é porque ainda não chegou ao fim. Eu te amo muito, pra sempre. Com certeza.
"Nem Holywood ousou pensar n'um filme meu e dela."

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Find Where Your Heart Is

Gosto de deitar abraçada com você às três da manhã e ficar conversando durante toda a madrugada, ciumentinho bobo. Ter seu corpo junto ao meu, sentir sua respiração no meu pescoço; poder olhar nos seus olhos por alguns segundos – no escuro é mais fácil pra mim – e te ver sorrindo por uns minutos sem nenhum dos dois dizer absolutamente nada. Gosto de te ver dormindo com a carinha toda amassada no travesseiro, e o braço todo mole pra fora do sofá, com a mão acima do meu colchão e os dedos ainda entrelaçados com os meus pela manhã. E não preciso nem dizer o quanto eu acho bonitinho quando você acorda já sorrindo, dizendo ‘bom dia, amor’. É uma cena que sem dúvidas, não tem preço pra mim. Adoro poder conversar com você sobre qualquer coisa, admiro muito sua sinceridade, e acho muita graça quando você tem vergonha de perguntar as coisas que você quer muito saber pra mim.
Acho graça em passar trinta e três horas seguidas com você e não me cansar. Você melhor do que ninguém sabe que eu não sou lá muito paciente. Mas com você é diferente. Sinto que eu poderia, não sei, te ver cento e sessenta e oito horas seguidas que eu, mesmo assim, não ia cansar de você.
Eu parei pra pensar numa coisa. Que talvez tudo pelo que eu passei durante todo esse tempo foi pra hoje poder estar aqui com você. E se realmente eu passei pelo que eu passei só pra vida me preparar pra estar aqui agora, eu prometo que nunca mais reclamo, nem das desgraças. É, acho que sem o nosso passado a gente não conseguiria ser o presente um do outro, mesmo.
Eu me orgulho de ter tido a opção de escolher você, entre outras n pessoas. De você ter querido estar comigo, entre outras x pessoas que você poderia ter escolhido. Me sinto bem ao seu lado, suas palavras me confortam, você me dá segurança. Você me faz sorrir mais, você me faz mais feliz.
Sei lá. Acho que a gente discute por coisas idiotas, que a gente é meio bobo, meio aleatório. Eu tenho crisezinhas de ciúmes em meio de risadas, eu faço draminha fingindo que ‘tô brava durante três minutos pra depois te abraçar e você dar risada disso; até imito um cachorrinho chorando às vezes, só pra você me contar alguma coisa ou não brigar comigo; e faço você desviar de bueiros, porque tenho medo deles, e dar a volta no quarteirão porque detesto palhaços. Você fica bravinho por comentários que pessoas bestas fazem de propósito só pra te irritar – nada, depois a gente conversa – oun, antinha do oceano; e acha que você sai por cinco minutos e meio mundo vai vir falar comigo só por isso; e você tem a maior paciência do mundo comigo, mesmo quando eu sou grossa desnecessariamente com você; e tem um jeito só seu de falar, que melhora meu humor numa escala que não tem tamanho. São coisas como essas que me fazem querer ficar do seu lado, e ficar feliz por você escolher ficar do meu também. E que me fazem crer que você é a pessoa que vale muito a pena.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010






(http://www.explosm.net/comics/2177/)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Smile At This

"O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. Vá tentar explicar isso!"

Martha Medeiros

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão.
Você não precisa saber que eu choro porque me sinto pequena num mundo gigante. Nem que eu faço coisas estúpidas quando estou carente. Você nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem.

O que você nunca vai saber - Verônica H.

Purr, purr, purr

"Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer."

Clarice Lispector

sábado, 9 de outubro de 2010

"Sim, querido. Deixa tudo comigo, apenas exista. Pessoas como você apenas precisam existir e nada mais, pessoas como você podem tudo, até escrever almocei com ç. Aliás, você tem razão, almoçei é a coisa mais linda que já vi na minha vida."


O ator - Tati Bernardi
( - ou, talvez, escrever invés com z. (: )

A quick thought:

Do yourself and your heart a favor; turn around and leave. It may not be what you want, but this shit is not what you deserve.


365thoughts.tumblr

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Write About Love

"The seconds move on if you watch the clock and the sky grows dark if you're looking up, but the girls move from thrill to thrill on the tightrope walk.
I know a way , so you know the way.
Get on your skinny knees and pray, maybe not today.
You've got to see the dreams through the windows and the trees of your living room."

Belle & Sebastian - Write About Love




"Por mais elegante, chique e bem comportada que uma mulher seja, ela vai se descabelar toda por causa de um vagabundo. É, ela vai descer do salto quando tiver ciúmes, vai chorar litros de lágrimas quando brigar com ele, vai dizer palavrões, coisas bizarras, mandá-lo para onde o sol não bate. É assim mesmo. Sempre irá haver uma sofisticada dama que morrerá de amores por um belo vagabundo."

A Dama e o Vagabundo

sábado, 2 de outubro de 2010

Um Soldado Alemão Passou Pedalando Pela Estrada

"Mamãe quis sair pelo mundo para se encontrar. Meu pai e eu podíamos até entender que a mãe de um garoto de quatro anos se sinta perdida algum dia. E demos a ela todo o nosso apoio nesse projeto de se encontrar. Só que eu nunca consegui entender por que ela teve de ir embora para realizar seu desejo. Não consegui entender por que ela não pôde fazer isso dentro de casa mesmo, em Arendal, ou então por que não se contentou com uma viagem até Kristiansand. Meu conselho para todos os que querem se encontrar é continuarem bem onde estão. Do contrário, é grande o risco de se perderem pra sempre."

Hans Thomas em O Dia do Curinga, de Jostein Gaarder