domingo, 5 de setembro de 2010

The Last Person I Made a Pinky Promisse To

day 26

para o meu passado, para mim mesma. whatever.

Desde o primeiro dia em que eu comecei o 30-days-letter, eu venho pensando pra quem eu iria escrever nesse dia. A última pessoa pra qual eu fiz uma promessa 'inquebrável'. Pois bem. Obviamente foi pra mim mesma. Ou não tão obvia assim, que seja.
Eu me lembro como se fosse hoje. Eu chegando em casa às onze da noite de uma quarta-feira, com os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar, com aquele arrependimento pesando cem toneladas na minha cabeça, mesmo eu tentando me convencer de que aquilo ia passar. Que ia acabar tudo bem, e que daquele jeito ia ser bem melhor pra todo mundo. E eu tentava ter mil e um argumentos contra mim mesma, pra acreditar que aquilo não passava de uma coisinha ruim e besta, e que logo já não estaria mais ali. Que daqui alguns dias, eu já não daria a mínima, e me sentiria a pessoa mais idiota do mundo por ter me chateado por aquilo. É, mas os dias foram passando. Dias, semanas, meses. E aquilo não passou. E toda aquela minha tristeza e angústia foram se transformando em raiva de mim mesma. Então, num impulso, fui até o espelho, olhei dentro dos meus olhos, na minha alma, e prometi a mim mesma que eu não ia mais me apaixonar por ninguém daquele jeito. Não ia mais gostar por inteiro, não ia mais demonstrar porra nenhuma, e que se dane! Dane-se o que os outros sentissem, quisessem, falassem. Eu não ia ligar, eu não ia me deixar convencer. Não ia. Não mais.
Acho que muitas pessoas fazem isso, sabe? Esse negócio de se olhar no espelho, se sentir um lixo. E não querer mais sofrer por alguém que não merece. Não querer mais derramar lágrimas tão tristes por uma coisa que foi tão feliz. E aí fazer a promessa de sempre. Se olhar nos olhos, bem lá no fundo mesmo, e dizer que não vai mais amar.
Mas bom, olha só. Eu descobri que essa é a promessa mais idiota que qualquer pessoa no universo pode fazer. De verdade. Porque sabe de uma coisa? Não, o amor não machuca. Ódio machuca. Rejeição machuca. Infidelidade, desonestidade. Mas o amor? O amor não. Amar é de longe o sentimento mais puro. Não há maldade, não há raiva, nem nada. Amar é simplesmente amar, e ponto. Não há razões pro amor, eu aprendi isso também. Na maioria das vezes, a gente nem sabe realmente porque ama uma pessoa. Mas a gente sabe quando ama. E o quanto ama. E isso basta, sabe? Quando é preciso enumerar razões pra se amar, não é amor.
Então eu só vou mesmo é pedir desculpas a mim mesma, e dizer que eu quero mais é que se foda. E que eu 'tô quebrando essa porra dessa promessa sem culpa nenhuma, mesmo, e não 'tô nem ai. Porque assim eu sei que posso ser bem mais feliz.